Pensar sobre o inconsciente é algo que compõe e é de grande importância na prática clínica junguiana. Grande parte do tempo estamos voltados ao conhecimento e investigação à respeito dessa esfera. E para falarmos do inconsciente temos que lidar com as dificuldades inerentes à isso, pois nossa mente sempre terá desafios ao lidar com o que nos é desconhecido.
Sabemos que o inconsciente está sempre presente, continuamente em atividade e sabemos pouquíssimo a respeito dele.
A visão junguiana muitas vezes não afirma objetivamente, mas propõe modelos que possam ilustrar de alguma forma, nos dar caminhos para que possamos falar sobre esse assunto e termos pontos de partida para observações.
Para Jung, o inconsciente seria o desconhecido e antes mesmo disso, “…tudo aquilo que, supostamente, não se distinguiria dos conteúdos psíquicos conhecidos […] retrata um estado de coisas extremamente fluido: tudo o que sei, mas em que não estou pensando no momento; tudo aquilo de que um dia eu estava consciente, mas de que atualmente estou esquecido; tudo o que meus sentidos percebem, mas minha mente consciente não considera; tudo o que sinto, penso recordo, desejo e faço involuntariamente e sem prestar atenção; todas as coisas futuras que se formam dentro de mim e somente mais tarde chegarão à consciência; tudo isto são conteúdos do inconsciente” (JUNG, 2013, p. 132).
Também é importante lembrar da característica compensatória do inconsciente, de forma complementar aos conteúdos que são conscientes. Desse modo, nesses conteúdos do inconsciente encontramos elementos que dizem respeito à totalidade do indivíduo (JUNG, 2008).
Referência Bibliográfica:
JUNG, Carl G. A Natureza da Psique. Coleção Obra Completa de C. G. Jung. Vol. 8/2. Trad. Mateus Ramalho Rocha. 10 ed. – Petrópolis: Vozes, 2013.
_____ O Eu e o Inconsciente. Coleção Obra Completa de C. G. Jung. Vol. 7/2. Trad. Dora Ferreira da Silva. 21 ed. – Petrópolis: Vozes, 2008.
Texto:
Alessandra M. Esquillaro – CRP 06/97347