Quero iniciar este artigo, propondo ao caríssimo leitor a seguinte reflexão:
Reconheça seus sentimentos, assuma suas responsabilidades e receba a cura.
Através de meus estudos e de minhas experiências pessoais, pude compreender que o medo e a ansiedade são condições normais e naturais em nossa vida. A ansiedade, que é uma função de nossa história pessoal, é normal e natural. A angústia, também é normal e natural. O que realmente devemos levar em conta é o grau de afeto e a consequência de nossas reações desequilibradas frente algumas situações.
Existe uma diferença considerável entre a ansiedade normal e a ansiedade que se torna neuroticamente incapacitante, ou seja, aquela ansiedade que nos prende ou nos tira completamente do eixo. Esse nível de Ansiedade já se configura em nível patológico.
Não devemos jamais nos condenar ou até mesmo nos menosprezar por sentir ansiedade. Ela só se transforma em patologia quando nos impede de viver a nossa vida da maneira mais plena possível.
A ansiedade também se torna um problema moral quando as estratégias que escolhemos são prejudiciais e impeditivas, tais como, a fuga, a esquiva e a preocupação excessiva.
Através dessa importante reflexão, chegamos a ideia de que a ansiedade é como o preço de um bilhete para a jornada da vida, isto é, ter uma dose equilibrada de ansiedade pode ser algo positivo. Através da ansiedade, canalizamos nossas energias em direção dos nossos desejos e objetivos. No entanto, o equilíbrio é fundamental. Sem bilhete, não há jornada; sem jornada, não há vida!
O caminho da ansiedade é necessário porque nele repousa a esperança da pessoa de se tornar mais próximo de sua integridade. Podemos até fugir da ansiedade, mas fugir da ansiedade é o mesmo que fugir de nossa única vida.
Sigmund Freud, em seus minuciosos estudos, observou que a tarefa do processo psicoterapêutico é transportar a pessoa das assombrações neuróticas para as assombrações normais da vida. Através da psicoterapia somos motivados a enfrentar e suportar tudo aquilo que não conseguimos suportar.
A coragem não é a ausência de medo. Ela é a percepção de que algumas coisas são mais importante para nós do que aquilo que tememos. Lidar com nossos medos é a forma mais concreta de alcançar nossos objetivos.
Vivemos hoje em uma sociedade extremamente julgadora e rotuladora. Estamos expostos à rotulações o tempo todo. As pessoas querem nos definir através de suas próprias projeções. A consequência patológica disso é que nos tornamos aquilo que o outro quer que sejamos, e assim, deixamos de ser quem realmente somos.
Voltando ao ponto inicial de nossa reflexão:
- Reconheça seus sentimentos: Não esconda seus sentimentos, vivencie as suas emoções e permita-se ser, sentir e agir.
- Assuma as suas responsabilidades: Tome as rédeas da corruagem da sua vida. Assuma os seus erros, repare-os se necessário. Não assuma a responsabilidade e a culpa dos outros.
- Receba a cura: Seja sempre você mesmo! Como nos diz Jung – Somente aquilo que somos pode nos curar.
Reconheça seus sentimentos, assuma suas responsabilidades e receba a cura.
Texto escrito por Evandro Rodrigo Tropéia CRP 06/143949, para Instituto Freedom.