No presente artigo, queremos partilhar um tema muito complexo e ao mesmo tempo subjetivo, pois devemos sempre ter em mente que todos nós somos seres individuais e com suas particularidades conscientes e inconscientes.
A princípio, deve-se deixar claro que não devemos medir o tamanho dos sofrimentos e das dores das pessoas e muito menos compará-los.
Um sofrimento pode ser de extrema complexidade para você e para o outro, ele pode não representar nada e vice versa!
O Termo “dor” consiste em uma definição universal que nos remete a uma sensação física.
O objetivo de Carl Gustav Jung (1875-1961) é compreender o ser humano como uma totalidade. Portanto, é possível esquematizar uma conexão entre os elementos dor, símbolo e alma. Assim, na visão Junguiana elabora-se a idéia de que a manifestação do sintoma físico é uma das linguagens simbólicas mais expressivas do Inconsciente.
Para compreendermos este tema, primeiramente é preciso compreender o significado e a origem da dor no contexto do plano físico e o sofrimento psíquico que esta dor pode representar no sentido de nossa existência.
A dor humana vive unida ao corpo, numa unidade indissolúvel, por isso só articuladamente é que se pode separar a psicologia dos pressupostos básicos da biologia. (…)” (Jung, A Natureza da Psique p.60)
Na concepção da Psicologia Analítica Junguiana, a dor física serve como um alarme. Sentir a dor nos faz buscar a prevenção e até mesmo a cura. Podemos dizer também que a dor é uma expressão simbólica do inconsciente.
Para Jung, a dor é a expressão simbólica da alma, um grito do inconsciente.
Temos que estar atentos às aspirações e manifestações do nosso “eu” desconhecido, pois o corpo e a alma não são separados no contexto da nossa existência.
“Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuízos ao corpo, da mesma forma que inversamente, um sofrimento corporal afeta a alma, pois a alma e o corpo não são separados, mas animados pela mesma vida.”
(Carl Gustav Jung, Psicologia do Inconsciente, p. 105)
Quando compreendemos a dor física e sua expressão emocional como um símbolo, estamos prontos para o início da busca pelo processo de auto-regulação de nossa totalidade.
Segundo a psicossomática, aquela dor de cabeça, que não se sabe de onde vem, as dores nas pernas, nas articulações, em diversas áreas do corpo, as diversas sensações de mal estar, são na verdade alarmes que se originam de nosso inconsciente.
À medida que essa dor física vai tornando uma proporção maior na vida, as pessoas tendem a personificar a dor, dando a ela um poder de controle muito forte.
Exemplo:
– Não consegui estudar por causa DELA! (dela = dor de cabeça).
Trata-se a dor como uma pessoa, o sofrimento foi personificado, ganhou corpo e tomou forma.
A dor representa um pedido de ajuda do inconsciente. A dor física é um grito de alerta, a expressão de um sofrimento psíquico.
É preciso compreender a dor como um forte e eficaz elemento de transformação.
Através do Processo terapêutico é possível chegar a essa tão importante compreensão.
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia Junguiana!
Texto: Evandro Rodrigo Tropeia