Djanira da Motta, Avaré, SP 1914-RJ,1979, artista nascida em Avaré, interior de SP,de família simples, casou-se com um maquinista da marinha e ficou viúva cedo. Aos 23 anos é internada com tuberculose no Sanatório Dória em São José dos Campos, onde faz seu primeiro desenho : Cristo no Gólgota. Vai para Santa Teresa no Rio para continuar seu tratamento por causa do ar puro. Aluga uma casa, monta uma pensão familiar e conhece alguns hóspedes ligados ao meio artístico. Pintando, desenhando, fez curso no Liceu de Artes e Ofício. Participa de uma exposição individual em NY,1945 na ABI( Associação Brasileira de Imprensa). Conhece Léger, Miró, Chagall e Bruegel o qual lhe impacta muito e influencia seu trabalho. Os trabalhos de Djanira trazem inúmeros símbolos da cultura popular brasileira, na diversidade das cenas, nas paisagens brasileiras e na religiosidade, todas coexistem e nos revelam o interior humano com suas crenças, suas alegrias e seus dilemas. Sua arte nos mostra a inocência e irreverência que o fazer artístico pode conter assim como o fazer artístico na arteterapia é embasado em LIBERDADE.. Ampliando nosso olhar para o entendimento e a percepção da intersecção das artes plásticas com a arteterapia, onde a beleza está na forma de olhar de cada ser humano revelada ao expressar-se em uma obra. Jorge Amado reconhece a importância da obra de Djanira, seu imaginário criativo baseado na vida cotidiana do povo brasileiro e em assuntos marginalizados pela elite brasileira. Agradecemos a autoconfiança e a generosidade dessa artista em compartilhar seus olhares em suas obras, nos inspirando em liberdade.
Que a pureza e a liberdade da temática e da técnica da Djanira seja um convite a todos aqueles que querem se autoconhecer através da arteterapia e se expressar para sociedade.
Referência Bibliográfica:
Pedrosa, Adriano, Isabella Rjeille, Rodrigo Moura. Djanira: a memória de seu povo. 1 ed., São Paulo. Editora MASP, 2019.