O princípio do processo de libertação e cura parte do desejo real de ser livre e curado.
Quando não há o desejo real e verdadeiro de libertação, permanecemos num estado de prisão mental, somos “prisioneiros da mente” e nos tornamos incapazes de sair de nossa própria caverna de pensamentos, sentimentos e emoções.
Inconscientemente nos aprisionamos em nós mesmos e colocamos a culpa no outro.
No entanto, este fato nos remete a uma dura reflexão:
Será que desejo ser realmente livre?
Será que esse processo de libertação e cura não me trará um leve desconforto?
Não me seria então muito mais conveniente, deixar tudo como está?
Quando nos afastamos daquilo que não nos faz bem, não significa covardia e sim uma grande demonstração de força e decisão.
É preciso afastar-se das coisas ruins que te causam malefícios.
A maior demonstração de coragem é não deixar com que esses desconfortos mudem o curso de nossa vida e nos desviem dos rumos de nossa estrada.
Você deve estar no controle da sua situação!
Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961):
Só aquilo que somos realmente tem o poder de nos curar.
Temos que ser fortes o bastante a ponto de nos livrarmos daquilo que está nos destruindo, desmoronando e acabando com a nossa paz de espírito.
Quando deixamos pessoas ou determinadas situações assumirem o controle de nossa vida, passamos então pelo triste processo de “sequestro da subjetividade”, ou “sequestro do Eu”.
É hora do resgate!
É o momento de iniciar o processo de reconstrução do Eu, de assumir uma nova postura diante das pessoas e principalmente diante de si mesmo.
Afinal de contas, liberdade requer responsabilidade sobre si mesmo. E, responsabilidade é uma palavra que causa espanto e ao mesmo tempo nos torna covardes diante de várias situações que nos envolvem no percurso da vida.
Viver a vida é algo profundo.
Tudo o que é profundo causa vertigem.
É por isso que algumas pessoas são incapazes de viver a própria vida e com isso não evoluem, vivem a vida presas em seu próprio casulo.
O desconhecido é algo fascinante. Torna-se peça fundamental no processo de autoconhecimento.
Este é um processo doloroso.
O ser humano que ignora o conteúdo do misterioso passa pela vida sem ter experimentado praticamente nada, deixando assim de descobrir coisas maravilhosas e também desagradáveis (afinal, faz parte do processo, por isso torna-se doloroso) pelas quais nossos olhos não podem ver, nossos ouvidos não podem ouvir e nossas mãos não podem tocar.
Jung (2016), nos deixa um importante apontamento sobre essa temática:
Aquilo a que você resiste, persiste.
Se você não acreditar nas suas capacidades, e através do descobrimento do misterioso poder também descobrir suas fraquezas e limitações, como poderá viver em paz com a consciência e viver uma vida plena em todos os sentidos?
É preciso interessar-se por si mesmo. Se você não passar por isso, viverá a vida sempre na esperança e na dependência do “outro” de uma maneira doentia e não de uma maneira saudável.
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Autor: Evandro Rodrigo Tropéia para o Instituto Freedom
JUNG, C.G., Estudos Alquímicos, Petrópolis: Vozes, 1990.
______ A Natureza da Psique. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
______ Memórias, Sonhos e Reflexões. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2016.
5 comentários
Gostei muito, falou comigo
Bom saber disso, Eliane! Esse é o nosso objetivo aqui no blog: produzir conteúdos relevantes que falem com as pessoas 🙂
Falou muito comigo
Ficamos muito felizes com seu comentário, Carmelita, não deixe de nos acompanhar
Amei o estudo