Dia 15 de fevereiro é um dia muito especial para o universo da psicologia e da psiquiatria nacional.
Nise da Silveira estaria completando 118 anos de idade.
Todo seu trabalho humanizado, realizado com muita maestria continua mantendo sua memória vida em nós e em toda sociedade brasileira. Neste artigo, quero compartilhar com o caro leitor a história de uma grande mulher guerreira, muito a frente do seu tempo. Ela é, com todos os méritos, considerada o maior nome da História da Psiquiatria do Brasil de todos os tempos. Por isso, podemos afirmar que Nise da Silveira é heroína da Pátria sim, com toda honra e certeza!
Quem foi a psiquiatra Nise da Silveira?
Nise da Silveira (1905-1999) tem a sua história de vida profundamente marcada pelos estudos sobre o comportamento do homem e a evolução do tratamento de psicopatologias, destaca-se de maneira especial a sua dedicação para com a esquizofrenia.
Dedicada seguidora dos ideais de Carl Gustav Jung (1875-1961), Nise transformou completamente a forma de tratamento dos doentes mentais, através da utilização da arte como expressão terapêutica, métodos que não eram nada habituais no universo da psiquiatria.
Nise da Silveira é considerada a pioneira na elaboração de pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, e defendia o fim de tratamentos considerados por ela como desumanos, como o eletro choque, o uso de drogas e o confinamento clínico.
Qual a relação dela com as expressões da psique?
De acordo com a concepção de Nise, o ato de inventar algo nos concede o privilégio de participar ativamente do plano de Criação e nos faz cunhar e compreender o belo. É este processo que nos impulsiona a enxergarmos possibilidades onde nunca poderíamos imaginar. A psiquiatra sempre acreditou e batalhou durante toda a sua vida. Por isso, muitas vezes ela foi ridicularizada e desvalorizada. No entanto, ela não desanima e nos ensina que para navegar contra a corrente são necessárias condições raras:
- Espírito de aventura,
- Coragem,
- Perseverança
- Paixão.
Nise demonstrava ser uma forte defensora da expressão da loucura como uma fonte necessária para a vida humana.
“Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.” (Nise da Silveira)
Ela deixou para nós, amantes da psicologia e fascinados pelos mistérios da Psique humana, um grande legado:
- Implantou a terapia ocupacional no universo psiquiátrico;
- Utilizou a arte para tratar problemas graves de saúde mental;
- Revelou as emoções dos esquizofrênico, através da humanização;
- Suas realizações despertaram o interesse de Carl Gustav Jung.
Qual o seu olhar sobre o ser humano?
Nise da Silveira carregava em seu interior uma forma muito intensa e particular de olhar o ser humano. Desta forma, podemos dizer que ela tinha definitivamente a humanidade e a empatia em suas atitudes e na sua forma subjetiva de tratar o outro.
Nise tratava cada um de seus clientes de maneira muito especial e incondicional. Sendo assim, cada um era visto e encarado de forma única e muito particular.
Há beleza na vida, há beleza em tudo. Vocês veem?… Há beleza na alegria, e mesmo na saudade, na tristeza, no sofrimento e até na partida, há beleza. A vida é uma beleza.” (Nise da Silveira).
É preciso parar um pouco diante da correria da vida para podermos observar o essencial, que muitas vezes, deixamos de perceber, pois são tantos os problemas, tantas preocupações, dores, angústias e decepções. Nise sempre conduziu o seu trabalho com muito carinho e competência e nos ensinou que muitas vezes o nosso olhar para o mundo se limita e perdemos a visão que nos dá a capacidade de enxergar aquilo que está além das nossas forças.
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Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
CRP: 06/143949