A palavra fotografia tem a sua origem na língua grega phosgraphein, formada a partir da junção de dois elementos: phos ou photo, que significa “luz” e graphein, que quer dizer “marcar”, “desenhar” ou “registrar”. De acordo com registros históricos, a primeira fotografia feita foi em 1826, pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, mas vários cientistas e estudiosos, de diferentes épocas, contribuíram para o desenvolvimento dessa tecnologia.
A fotografia, na Arteterapia, promove a expressão e o reviver de afetos, pois são os registros, arquivos, pistas, fragmentos de um dicionário de emoções (PHILIPPINI, 2018). As fotografias podem despertar sensações diferentes com um novo olhar, resgatar memórias ao construir a “linha da vida” (infância, adolescência, f00ase adulta), fazer conexões que antes não eram percebidas. Muitas vezes o reviver algumas emoções traz reflexões que provocam uma ressignificação na forma de olhar a vida, impulsiona para novos caminhos.
Muitas são as possibilidades de trabalho com a fotografia nas sessões arteterapêuticas, como criar personagens com figurinos e adereços e fazer ensaios fotográficos. Esses ensaios também podem ser realizados com as peças produzidas durante o próprio processo arteterapêutico, especialmente com grupo de mulheres que precisam resgatar ou desenvolver a sua autoestima. Muito indicado também para idosas, especialmente as que vivem em residências, pois elas têm a oportunidade de vivenciar algo dinâmico, saindo do marasmo e resgatando a beleza da maturidade.
Segundo Philippini (2018, p. 33), a fotografia “é bastante indicada para favorecer o reconhecimento da autoimagem, facilitando insights sobre a própria identidade”. O trabalho com a fotografia vai além de reproduzir a realidade, pois traz a subjetividade de cada indivíduo, reflete emoções e guarda momentos e memórias.
A fotografia, portanto, é um recurso muito indicado para recuperar memórias e buscar dados biográficos. Além disso, pode ser utilizada com outras técnicas como colagens e pinturas sobre as fotos. Retomar e observar fotografias permite beneficiar se da “escrita luminosa” (foto + grafia), permitindo que instantes efêmeros sejam revisitados e compreendidos (PHILIPPINI, 2018). Sendo assim, a fotografia também pode nos remeter ao tempo cíclico e subjetivo de Kairós, tempo das emoções, do afeto, da memória. É esquecer por instantes o tempo de Cronos que mede o tempo do relógio e que, por isso mesmo, precisa ser aproveitado por pequenos sabores da vida.
Referências Bibliográficas
FOTOGRAFIA. In: Dicionário Etimológico. 7Graus, 2022. Disponível em:<https://www.dicionarioetimologico.com.br/fotografia/>. Acesso em: 02/01/22.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e materiais expressivos em arteterapia: uso, indicações e propriedades. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2018.