A palavra “cura”, a priori, pode ser considerada muito intensa e até mesmo impossível de ser atingida no seu real sentido.
A Psicologia em si possui uma etimologia muito forte, pois o seu significado nos remete ao estudo da “alma”, ou podemos também nos referir à alma como “mente” ou “psique”.
A partir desta definição a psicoterapia pode ser entendida como o processo que busca a cura da Alma em todos os seus aspectos.
Gosto de mencionar a Psicologia Analítica como o cuidado da alma através da análise. O ato de cuidar da alma está inserido no conceito de psicoterapia. O psicoterapeuta é considerado o “curador ferido de almas”.
Podemos observar que muitas obras citam o próprio Jung como o médico da alma ou como o curador ferido. Duas delas são: Jung, o Médico da Alma, da autora Viviane Thibaudier e Carl Jung, O Curador Ferido de Almas, de autoria de Claire Dune
Carl Gustav Jung (1875-1961) nos diz que o médico é responsável por seus pacientes e por isso não pode isolar-se na ilha distante e tranquila de seu trabalho científico. Precisa descer à arena dos acontecimentos do mundo e participar da luta das paixões e opiniões, pois do contrário só conseguirá perceber as inquietações do seu tempo de modo distante e impreciso, tornando-se incapaz de compreender ou mesmo de ouvir o sofrimento de seus pacientes (OC VOL X/2 págs.11 e 12).
A proposta de Jung nos implica a refletir que todos carregam seus traumas, suas feridas, seus fracassos e fraquezas, além de conteúdos sombrios reprimidos que mascaramos através da Persona. Com o psicoterapeuta não é diferente. O psicoterapeuta cuida, mas também precisa ser cuidado. Aquele que analisa também necessita estar em análise.
A Prática da psicoterapia Junguiana consiste em trabalhar de dentro para fora, ou seja, o processo terapêutico com base na Psicologia Analítica visa à expansão do pensamento, do autoconhecimento, a elaboração dos conflitos internos e a busca pelo equilíbrio.
Todos nós carregamos em nossas vidas, um imenso conteúdo de emoções que se concentram em nosso interior que precisam ser elaboradas e traduzidas em imagens, isto é, os conteúdos inconscientes precisam encontrar alguma maneira para se expressar, seja através da linguagem, das atitudes e até mesmo através de uma expressão simbólica. Sendo assim, afirmamos que os conteúdos inconscientes se tornam conscientes.
Estamos diante de uma tarefa complicada!
É uma jornada extremamente complexa, a ponto de que sozinho é impossível de se alcançar um objetivo claro. É preciso expandir o pensamento, isto é, pensar juntos!
O psicoterapeuta é aquele que lida com a alma humana. O próprio Jung nos diz: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia Junguiana!
Evandro Rodrigo Tropéia/ Instituto Freedom
Psicoterapeuta. CRP: 06/143949
Referências Bibliográficas:
JUNG, C.G. OC VOL X/2 págs.11 e 12
ECHAVARRÍA, M.F. Dr. A Práxis da Psicologia.
JUNG, C. G. Memórias, Sonhos e Reflexões. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2016.