A Arteterapia é uma prática que fundamenta suas bases em um terreno híbrido que ainda está em construção e debate. Existem diversas perspectivas que teorizam os alcances, metodologia e concepções em que a Arteterapia é entendida no diálogo entre a arte e terapia, âmbito no qual ela se movimenta e se constitui como campo particular de atuação.
No entanto, existem múltiplas abordagens teóricas que podemos citar dentro da Arteterapia, mas poderíamos inferir que no início do século XX, o desenvolvimento da teoria freudiana do inconsciente e a expansão dos estudos junguianos com a arte, tiveram grandes influências para pensar as bases teóricas da Arteterapia. (REIS, 2013)
Quer saber mais? Então continue a leitura para você compreender as perspectivas teóricas na história da arteterapia.
Arte e a perspectiva teórica freudiana: o começo da história?
A psicanálise de Freud (1856-1939) não chegou a incorporar a arte como instrumento de trabalho dentro da clínica e da relação terapêutica, embora o neurologista austríaco tenha dialogado com a arte para desenvolver a sua teoria do Complexo de Édipo, por exemplo, olhando para a tragédia grega “Édipo Rei” (Sófocles). Além disso, a arte também parte dos conteúdos freudianos para a exploração do processo criativo, como o movimento surrealista, liderado pelo poeta francês, André Breton. Freud vai analisar obras de arte como a estátua de Moisés de Michelângelo e A Virgem, o menino e Sant` Ana de Leonardo da Vinci, entre outras. (RIVERA, 2005)
Perspectiva teórica e prática na história da arteterapia: Margaret Naumberg e Edith Kramer: as pioneiras da arteterapia!
Margaret Naumburg (1890 – 1983) foi uma psicóloga norte-americana, pioneira no trabalho com a Arteterapia que trabalhou desde uma concepção psicanalista. Se baseando nos estudos do Freud, ela entendia que a arte funcionava como uma projeção do inconsciente. Por isso, acreditava que na expressão artística haveriam manifestações do inconsciente, sendo susceptível de interpretação no vínculo terapeuta-paciente. Embora tenha utilizado a teoria freudiana para fundamentar a sua prática, a artista austríaca Edith Kramer (1916-2014), também considerada pioneira no campo da Arteterapia, já considerava que a criação artística era o elemento fundamental, sendo prescindível a interpretação mediante a palavra por parte do paciente. (REIS, 2013)
Carl Gustav Jung: amplia a história da arteterapia
A Psicologia Analítica desenvolvida por Carl Gustav Jung (1875-1961), nos permite pensar uma outra relação entre arte e arteterapia. Para o Jung a arte formou parte do seu próprio processo de individuação e de seu desenvolvimento sobre o inconsciente coletivo. Logo, para o psiquiatra suíço, a psique é estruturalmente criativa e possui a capacidade de se autorregular. Jung vai explicar que a linguagem do inconsciente são as imagens. Neste sentido, a arte se constituiu como um espaço de expressão simbólica privilegiado. (SILVEIRA, 1981)
Nise da Silveira: a perspectiva teórica e prática da revolução pelo afeto
A Nise da Silveira (1905 – 1999) foi uma psiquiatra brasileira que desenvolveu um trabalho com arte na década de 1940, na Seção de Terapêutica Ocupacional (no Ateliê de Pintura e Modelagem) no Hospital do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, sendo influenciada profundamente pela teoria junguiana. Embora ela sempre tenha expressado que ela não fazia Arteterapia, podemos registrar essa experiência como antecedente para pensar sobre a Arteterapia e sua abordagem desde uma perspectiva junguiana. (REIS, 2013)
Portanto, resulta de fundamental importância aos arteterapeutas discutirmos sobre as abordagens teóricas que dão sustento a nossas práticas, para fortalecermos a Arteterapia, como prática ética, crítica e fundamentada. Gostou de saber sobre perspectivas teóricas na história da arteterapia? Quer conhecer mais sobre Arteterapia? Aqui no Instituto Freedom você encontra o curso de Pós-Graduação em Arteterapia. Conheça mais sobre, clicando aqui.
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