Comum em várias culturas, podemos observar a máscara em diversos momentos. Na brasileira, entre os indígenas, comumente usadas em cerimônias, rituais, celebrações. O artesanato prescreve sua utilização como adornos de grande efeito e o material usado vai desde o simples papel até a madeira talhada, passando por telhas, folhas, modelagem.
É por falar em popularidade, nada mais “usável” do que máscaras nos momentos de comemoração do Carnaval.
Para a Arteterapia, valer-se das máscaras é trazer elementos simbólicos e utilizar um recurso por vezes lúdico:
“As máscaras são utilizadas em processos terapêuticos, como elementos simbólicos, e como estratégias mobilizadoras de conteúdos inconscientes, no psicodrama, em terapias em grupo, no desbloqueio do processo criativo, e com muita produtividade em Arteterapia. Poderão ser feitas a partir de ações lúdicas, plásticas, poéticas, ou a partir do resgate de ritos ancestrais”
(PHILIPPINI, 2018, p.23)
O simples executar a máscara traz insights potentes: o contato com ancestralidade, ampliação da compreensão do mundo, o contato com o outro, a mudança de papel quando assumido um personagem, entre outros.
Existe ainda a questão da simplicidade e facilidade na confecção:
Sua materialidade é muito diversa já que máscaras podem ser feitas com palha, madeira, miçangas, tecido, cascas de árvores, sementes, fios, couro, látex, silicone, plástico, penas, papiê máché, etc. (PHILIPPINI, 2018, p.23)
Apesar de simples, a atenção dada à manualidade, ao tempo necessário para concluir uma peça deve fazer parte do processo, tanto em grupo como em atendimentos individuais. O arteterapeuta deve estar atento aos conteúdos trazidos, aparentes ou não, que se mostram desde a escolha do material até sua finalização, período que pode variar dependendo do caso e/ou do cliente, paciente.
Conclui-se que, utilizar da imaginação potente oriunda da máscara, da construção de um personagem, uma persona, é um recurso expressivo potente para processo arteterapêutico. Os resultados surpreendentes da produção podem representar os papéis assumidos na vida, quer forçados, quer expressão da vontade individual e a máscara pode “gritar” o que quer manter e o que quer mudar, trazendo a capacidade de pensar e realizar.
REFERÊNCIAS
PHILIPPINI, Angela. Imaginário em Arteterapia: a vez e a voz dos personagens. Rio de Janeiro, WAK Editora, 2018.
Silvia Quaresma
Arteterapeuta AATESP 665/0720