“Nossos amores, desamores, rancores, traumas e dores,
Alegrias, tristezas, sensações, sentimentos,
Tudo que nos afeta através dos nossos sentidos…
Estão guardados no centro do nosso corpo,
O Coração!
É ele que nos dá vida, nos põe em movimento,
Sede das nossas inteligências, da nossa intuição,
Centro vital do nosso ser,
Distribuição incessante de toda circulação.”
O coração é o primeiro órgão que nasce e o último que morre. É um órgão nobre do sentir, que mantêm o colorido da vida, da psique, do corpo, é o “responsável” direto e indireto por quase todas as doenças.
Sobre essas indagações, Jung afirma:
Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuízos ao corpo, da mesma forma que, inversamente, um sofrimento corporal consegue afetar a alma; pois alma e corpo não são separados, mas animados por uma mesma vida.
Assim sendo, é rara a doença do corpo, ainda que não seja de origem psíquica, que não tenha implicações na alma. (Jung, 1917/1943, p. 105).
Os sintomas amplificam-se para descobrir as imagens e símbolos, chegando-se às causas e finalidades da doença. É uma forma de conduzir o paciente ao seu processo de individuação, isto é, tornar-se ‘aquilo que ele é, em potencial, individual.
Jung (1921) utilizou o termo individuação pela primeira vez em 1921 e, neste sentido, ele diz:
“Uso a palavra ‘individuação para designar um processo através do qual um ser torna-se um ‘individuum’ psicológico, isto é, uma unidade autônoma e indivisível, uma totalidade.” (Jung, 1959, p. 355).
Referente ao Símbolo, o autor esclarece:
“Ele é vivo só quando é para o observador a melhor expressão e mais plena possível do pressentido e ainda não consciente.
Nestas condições operacionaliza a participação do inconsciente. Tem efeito gerador e promotor de vida.” (Jung,1921, p. 446).
O símbolo traz portanto os conteúdos do inconsciente, que são desconhecidos, para a consciência, e esta passagem é feita através da função que ele denominou de função transcendente.
Foi no Teste de Associação de Palavras que Jung descobriu os Complexos e percebeu a relação que eles têm com os Símbolos, pois as associações feitas pelos pacientes tinham um significado valioso para os sintomas e suas doenças.
Neste sentido, Jung relata que:
“Os sintomas físicos e psíquicos não são nada mais do que manifestações simbólicas de complexos patogênicos.” (Jung, 1907, p. 332).
Portanto, os sintomas psíquicos têm uma origem com os complexos e estes têm em seu núcleo – o arquétipo.
“O conceito de arquétipo (…) deriva da observação retirada de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que reaparecem sempre e por toda parte (…). A essas imagens e correspondências típicas, denomino representações arquetípicas.
Quanto mais nítidas, mais são acompanhadas de tonalidades afetivas vívidas (…). Elas nos impressionam, nos influenciam, nos fascinam (…) parece fazer parte da estrutura psíquica herdada e pode, portanto, manifestar-se espontaneamente sempre e por toda parte.” (Jung, 1959, p. 352).
Finalizando, podemos dizer que:
“A estrutura da psique pode ser dividida em aspectos conscientes e inconscientes. O ego é o centro da consciência e o ponto de partida de toda a psicologia empírica. É a sede da identidade-individual, e todos os conteúdos conscientes têm que ser ligados a ele. O inconsciente inclui todos os elementos psíquicos que estão fora da percepção consciente e portanto, ligados ao ego.
Os conteúdos do inconsciente encontram-se primeiramente como complexos. Um complexo é uma entidade psíquica inconsciente carregada de emotividade, feita de várias ideias e imagens associadas e agregadas ao redor de um núcleo central. Ao investigar este núcleo, ele se revela como imagem arquetípica. Descobre-se que um complexo foi atingido ao surgir um afeto que destrói o equilíbrio psíquico e perturba o funcionamento do ego”. (Edinger, Quadrant, 1984, p. 3 apostila traduzida por Pethö Sandor).
Assim, “o arquétipo molda o comportamento e também o transforma, porque é energia em estado virtual.” (Jung, 1959, p.353).
Então, atingindo-se o núcleo do complexo, estaremos provavelmente, modificando os sintomas e os comportamentos do paciente, logo todo o seu estado geral de saúde.
Texto: Maria Raymunda Ribeiro
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