No século XX, Freud realizou vários estudos sobre o artista e sua obra, como os estudos sobre Leonardo da Vinci, e percebeu a importância da arte como forma de expressar os conteúdos do inconsciente. Porém foi C.G.Jung que enfatizou o uso das técnicas expressivas no processo terapêutico e percebeu que as manifestações do inconsciente projetadas na imagem tornavam-se vivas, atuando de forma dialética com quem a produziu, isto é, Jung abriu um novo caminho de um grande valor terapêutico. (BRASIL, 2013, p.84).
É imperioso lembrar que qualquer forma criativa de expressão é uma ferramenta a mais para a compreensão de si.
A expressão criativa possibilita a comunicação entre consciente e inconsciente porque se apoia na comunicação não verbal quando utiliza a arte como forma de expressar conteúdos desconhecidos.
Na busca incessante de subsídios para a prática, o arteterapeuta se questiona sobre a adequação deste ou daquele material , quais as indicações terapêuticas apresentadas e principalmente sobre público que o receberá.
O arteterapeuta facilita este processo quando utiliza materiais plásticos baseados em suas propriedades, possibilitando a estes agirem como co-criadores na produção. Com este conhecimento, consegue distinguir e analisar reações entre o indivíduo e as imagens que surgem independente da estética que apresente o resultado.
A Arteterapia faz uso de recursos expressivos variados (desenho, colagem, pintura em suas variantes, bordado, tecelagem, modelagem, entre tantos outros) e atua com a liberdade de exprimir conteúdos interiorizados, trazendo-os ao consciente.
O processo arteterapêutico cumpre seu papel quando, através da expressão criativa, possibilita que as manifestações do inconsciente projetadas na imagem, na arte, na produção final tornem-se vivas e vivas possam ser enfim elaboradas, curadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Cláudia . Cores, Formas e Expressão, Rio de Janeiro, WAK Editora, 2013.
Silvia Quaresma
Registro na AATESP: 665/072