No presente artigo pretendo compartilhar com o caro(a) leitor(a) importantes considerações a respeito do Ego na visão da Psicologia Analítica proposta pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961).
Hall e Norbdy (2014) nos apontam que o Ego é o nome dado por Jung à organização da parte consciente da mente. O ego é composto pelas percepções conscientes, pelas recordações armazenadas na memória, pelos pensamentos e sentimentos. Recordar, perceber, pensar e sentir, são ações direcionadas pelo Ego.
Mesmo ocupando uma pequena parcela frente a totalidade da psique, o ego desempenha uma função básica, porém fundamental que consiste na arte de vigiar a consciência.
De acordo com essa linha de pensamento, Hall e Norbdy (2014) afirmam que o ego é altamente seletivo. Através dessa função organizadora da consciência, o ego também carrega em si a função de selecionar. Justamente por carregar funções de extrema importância, uma das principais funções da Psicologia Analítica consiste no fortalecimento do ego e na constante busca pelo equilíbrio.
O ego possui a função de fornecer a identidade na formação da personalidade humana. A Consciência se expande trazendo vitalidade à atividade mental.
Assim como na consciência, o Processo de Individuação também atua intimamente ligada ao Ego, no intuito de proporcionar por meio dessa união, o desenvolvimento de uma personalidade distinta e persistente.
Segundo Carl Gustav Jung (2016), o ser humano só poderá individualizar-se na medida em que o Ego for permitindo que as experiências recebidas se tornem parte da Consciência.
A regência de uma vida saudável gira sempre em torno do equilíbrio. O Ego e a Sombra devem trabalhar em perfeita harmonia. Quando o Ego e a Sombra se harmonizam, a pessoa começa a se sentir cheia de vida e energia para prosseguir em sua caminhada. Assim, o Ego deixa de obstruir a Sombra e passa a canalizá-la.
A Consciência se expande trazendo vitalidade à atividade mental.
O Ego para Jung (2009) é muito mais do que o simples “eu”, é um apanhado de recordações, emoções, sentimentos e ideias que posicionam nosso comportamento e nos tornam conscientes.
Carl Gustav Jung (2016) leva em consideração que a personalidade é composta pela união do ego com o “self”, que seria uma parte “suprema” do indivíduo responsável por mover o ego e sua consciência, este, encarregado de desvendar e interpretar o que parece inconsciente e desconhecido.
O principal objetivo de toda Personalidade, seja ela qual for, é chegar à auto-realização e conhecimento do próprio Self.
A busca pelo autoconhecimento é o único caminho para tal realização. Esta é a tarefa mais difícil que o homem pode encontrar durante toda a sua existência. Tarefa esta que exige demasiado esforço, disciplina constante e muita sabedoria aliada à intensa responsabilidade.
Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
CRP: 06/143949
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HALL C.S. e NORDBY V. J. Introdução à Psicologia Junguiana, São Paulo, Cultrix, 2014.
JUNG, C. G. A Natureza da Psique. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
JUNG, C. G. Memórias, Sonhos e Reflexões. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2016.