O Termo Arquétipo se origina do grego arché, que nos remete a algo antigo e assim se configura num modelo primordial de alguma coisa.
O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), utilizou o termo Arquétipo na intuição de se referir a toda espécie de modelos e formas inatas que nos servem de parâmetros para o desenvolvimento da personalidade humana.
Dessa forma, compreendemos que todos os Arquétipos se configuram como exemplos e modelos de todo o conteúdo presente na pisque do ser humano.
Segundo Carl Gustav Jung (2009), o inconsciente coletivo é formado pela soma dos instintos e de sua relação com os arquétipos.
Dessa maneira, compreendemos como cada indivíduo possui instintos, possui também um conjunto de imagens primordiais.
Todos os conteúdos arquetípicos são formados pelas experiências e vivências de cada ser humano.
De acordo com as postulações de Jung (2009), todas as ideias e representações mais poderosas da humanidade nos remetem aos arquétipos.
Isto ocorre, de maneira especial, com os conteúdos presentes nas religiões, nas ciências, nas Artes e na mitologia.
Em sua atualidade, os arquétipos são variantes das imagens primordiais, que se originam pela aplicação e adaptação conscientes dessas ideias à realidade, pois a função da consciência é não só a de reconhecer e assumir o mundo exterior através da porta dos sentidos, mas traduzir criativamente o mundo exterior para a realidade visível.
Conforme os estudos de Carl Gustav Jung (2009), os Arquétipos pertencem a nossa personalidade, suas raízes se encontram no Inconsciente Coletivo.
O Arquétipo consiste no elo entre o pessoal e o impessoal; consciente e inconsciente.
Jung utiliza este conceito para a identificação dos padrões de comportamentos ou imagens primordiais que se encontram no inconsciente coletivo.
O Inconsciente Coletivo para Jung consiste em toda herança espiritual de evolução da Humanidade, nascida novamente na estrutura cerebral de cada ser humano.
Neste nível profundo da Psique, podemos dizer que somos todos iguais e que não somos entidades separadas, pois todos somos “um”.
Nele estão presentes todas as experiências humanas e pré-humanas.
Os Arquétipos estão presentes neste nível da psique.
Existe um Arquétipo para todas as situações que ocorrem em nossa vida.
Eles são formas sem conteúdo, que têm a função de registrar todas as percepções e comportamentos que temos diante das experiências vivenciadas.
Segundo Von Franz (1992), os arquétipos assumem as formas de vivências do ser humano que marcaram ao longo de todas as experiências da humanidade, e se manifestam através dos sonhos, símbolos, assim como na literatura e nos filmes.
Portanto os arquétipos se apresentam como a base de nossa mente.
Nise da Silveira, também nos deixou um importante apontamento sobre o universo dos Arquétipos em seu excelente trabalho, “Jung, Vida e Obra”:
Seja qual for sua origem, o arquétipo funciona como um nódulo de concentração de energia psíquica. Quando esta energia, em estado potencial, atualiza-se, toma forma, então teremos a imagem arquetípica. Não podemos denominar esta imagem de arquétipo, pois o arquétipo é unicamente uma virtualidade. (Nise da silveira)
Carl Gustav Jung (1875-1961) nos revela, em sua obra “A Natureza da Psique”, que os arquétipos só se manifestam através da observação e da experiência, ou seja, mediante a constatação de sua capacidade de organizar ideias e representações, o que se dá sempre mediante um processo que não pode ser detectado senão posteriormente.
Para Jung, os arquétipos se configuram em elementos que emergem a partir das tendências inatas que se fazem presentes no inconsciente coletivo.
Todos nós temos a capacidade de desenvolver os Arquétipos.
Eles se desenvolvem de maneira autônoma, possuem personalidade própria e são completamente individualizados.
Segundo Carl Gustav Jung, existem inúmeros arquétipos que se potencializam e desenvolvem através do Inconsciente Coletivo.
Os principais arquétipos trabalhados na Psicologia Analítica são:
- Persona;
- Sombra;
- Anima;
- Animus;
- Grande Mãe;
- Velho Sábio;
- Herói;
- Self.
De acordo com o pensamento proposto e expandido por Carl Gustav Jung (2009), todas as ideias e representações mais poderosas da humanidade remontam aos Arquétipos.
Texto: Evandro Rodrigo Tropéia, para Instituto Freedom.
Psicoterapeuta
CRP: 06/143949
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
JUNG, C.G. A Natureza da Psique. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
FRANZ, M. L.Von. Puer Aeternus: a luta do adulto contra o paraíso da infância. São Paulo: Paulus, 1992.
SILVEIRA, N. Jung: vida e obra / Nise da Silveira – 7- ed.– Rio de Janeiro Paz e Terra, 1981.
2 comentários
Jung, falou sobre arquétipos com nomes de ogum, oxalá, limanja, oxosi. etc… ?
Olá, tudo bem? Obrigada pelo seu comentário!
Pedimos para nosso professor especialista em mitologia, Rangel Fabrete, formular uma resposta:
“Jung não falou nada a respeito das imagens arquetípicas dos orixás. Porém, ele nos fornece elementos para trabalharmos pela perspectiva psicológica simbólica os mais diversos temas do sagrado.”
Esperamos que sua dúvida tenha sido respondida e ficamos à disposição para esclarecer outras 🙂