Os contos na Arteterapia trazem muitos benefícios pelo valor terapêutico, pois representam em suas narrativas fenômenos universais, tendo como fonte o inconsciente coletivo que vai facilitar o autoconhecimento e a jornada para a individuação. Além disso, os contos ativam o imaginário, favorecem a criatividade, a comunicação oral e promovem uma interação lúdica.
Os contos de fadas narram episódios de uma história imaginária, mas revelam muito a respeito da natureza humana. De acordo com Bettelheim (2018, p.16) “ao contrário do que acontece em muitas histórias infantis modernas, nos contos de fadas o mal é tão onipresente quanto a virtude”. Isso contribui para que a criança perceba que há uma diferença entre as pessoas e que elas escolhem como querem ser.
Os contos de fadas retratam, inclusive, as angústias e dilemas existenciais como o amor à vida, a necessidade de ser amado e o medo da morte, favorecendo que a criança entenda, tanto na sua mente consciente quanto na inconsciente que, no futuro, ela precisará abandonar os desejos de dependência infantil e alcançar a independência durante a vida (BETTELHEIM, 2018).
Adolescentes e adultos também se fascinam pelos contos, já que eles colaboram com reflexões acerca do momento atual de vida para que, se possível, encontrem soluções de mudanças externas e internas.
Referências Bibliográficas
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 36.ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2018.
GIORDANO, Alessandra. Contos que curam: a tradição oral como fonte de trabalhos arteterapêuticos. Rio de Janeiro: Wak, 2020.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e materiais expressivos em arteterapia: uso, indicações e propriedades. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2018.
00SANTESSO, Wilma Antonia Nubiato. Técnicas de oficinas expressivas: a arte como forma de ressignificação. São Paulo: edição do autor, 2015.