“Todo homem leva dentro de si a imagem eterna da mulher, não a imagem desta ou daquela mulher em particular, mas sim uma imagem feminina bem definida, (…) sendo inconsciente, tal imagem, é sempre projetada na pessoa amada, e constitui um dos principais motivos da atração apaixonada ou aversão.”
(Carl Gustav Jung)
Para compreendermos as projeções arquetípicas, é necessária a compreensão dos Arquétipos.
Eles pertencem a nossa personalidade, suas raízes se encontram no Inconsciente Coletivo.
O Arquétipo consiste no elo entre o pessoal e o impessoal; consciente e inconsciente.
Carl Gustav Jung (1875-1961) descreveu a sua idealização de Persona como sendo a “Face Externa”, isto é, ela pode ser observada pelo mundo. Com relação a “Face Interna”, Jung denominou “Anima” para os homens e “Animus” para as mulheres.
Segundo Jung, Anima é o Arquétipo que constitui o lado feminino da psique masculina; Animus é o Arquétipo que compõe o lado masculino da psique feminina. Através desse pensamento, podemos observar que toda pessoa possui qualidades que pertencem ao sexo oposto, tanto no sentido biológico, como também no sentido psicológico.
Jung nos aponta que a primeira projeção da Anima sempre é feita na mãe e a primeira projeção do Animus é feita no pai.
Com o passar do tempo o indivíduo começa a projetar a Anima nas mulheres que lhe provocam sentimentos que podem ser positivos ou negativos. Isso também ocorre com as mulheres no caso da projeção da Anima.
Segundo Carl Gustav Jung, quando um homem apresenta uma “atração apaixonada” por uma mulher, esta sem dúvida alguma possuirá características da imagem-anima, que é projetada inconscientemente pelo homem. O mesmo acontece com a mulher e sua projeção do Animus.
É importante ressaltar que no caso da homossexualidade também há projeção da Anima e do Animus, pois estes Arquétipos nos remetem a ideia do eu e sua idealização para com o outro, não se limitando apenas às questões da heterossexualidade.
Os Arquétipos Anima e Animus representam os conteúdos de idealizações inconscientes, isto é, são modelos de perfeição que são considerados ideais para cada pessoa.
Conforme a Psicologia Analítica, esses Arquétipos também podem representar padrões emocionais, tais como os medos, ansiedades, rancores, angústias e ressentimentos.
Quanto ao desenvolvimento humano, na visão Junguiana, observamos que o contato e o relacionamento do bebê com pai e mãe, servem como direcionamento na construção do padrão de anima e animus.
Assim, é fundamental salientar que devemos tomar consciência de nossas projeções e alcançar a realidade presente na outra pessoa.
Não podemos ficar presos no ciclo de identificações com a Anima e o Animus, pois devemos nos conscientizar sobre todas as nossas idealizações.
Para Carl Gustav Jung, a conscientização de que todas as nossas expectativas em relação aos outros são apenas idealizações produzidas pelo inconsciente é essencial para que a análise no processo terapêutico tenha um bom desenvolvimento.
Seguindo esta linha de pensamento sugerida por Jung, podemos compreender que o processo de Integração da anima e animus alivia consideravelmente a pressão de tensões afetivas, depressões, estados de angústia e crises, além de abrir caminho para o relacionamento e proporcionar uma maior habilidade para acolher, compreender e amar o outro como ele realmente é.
Em um relacionamento amoroso é importante deixar que o outro participe da maneira dele.
Somos livres, no entanto, não possuímos as pessoas.
Temos apenas amor por elas e nada mais.
E então, gostou do texto do Evandro?
Texto: Evandro Rodrigo Tropéia
2 comentários
Gostei muito do enunciado não conhecia sobre animus .Me surpreendi com as informações ! gostaria de aprender mais sobre o assunto . Grata pelo aprendizado.
Oi Mary, muito bom saber disso! Vamos entrar em conta com você para compartilhar mais conteúdo sobre o assunto