A relação mãe-bebê sempre foi um tema de extrema relevância no Universo da psicologia. Claro que na psicologia Analítica de Carl Gustav Jung (1875-1961). Não poderia ser diferente.
Todo bebê é único. Toda mãe é única. Por este motivo, todo bebê precisa transplantar sua relação individual com a mãe, inserindo-a no arquétipo coletivo da mãe. Por exemplo, o bebê ao nascer já sabe como sugar. Podemos observar que o bebê sabe como chorar e como sorrir.
Se o bebê chora e percebe que a mãe aparece imediatamente para saber o que está acontecendo, ele crescerá com uma adaptação diferente à vida alcançada pelo bebê cuja mãe ignora o seu choro.
Ao longo de nossa existência, cada um de nós acumula grande número de recordações relativas à sua própria figura materna. Estas recordações vão se agrupando e vão formando o que denominamos Complexo Materno.
O termo Complexo nos remete a todo conteúdo que foi assimilado pela nossa psique através das nossas experiências.
É muito importante ressaltar que o Complexo na visão Junguiana não pode ser caracterizado apenas como algo negativo. Um complexo pode ser considerado positivo e também enriquecedor na formação de nossa personalidade.
Quando temos que lidar com algumas situações, necessitamos recorrer ao Complexo Materno. Nesta movimentação, o inconsciente como processo criativo da psique cria em nós o que chamamos de mãe-interior.
Conforme os estudos propostos por Robert Robertson (2021), se a relação do sujeito com a mãe tiver ocorrido de maneira saudável, será capaz de obter o conforto e a tranquilidade necessária que provém da mãe-interior. No entanto, se a relação com a mãe não tiver ocorrido de maneira sadia, o mais provável é que o sujeito tenha dificuldade de confiar em alguém, pois receberá toda situação de acolhimento pela perspectiva de suas vivências pessoais problemáticas.
A figura materna suficientemente boa carrega em si a capacidade de nutrir o ego, criando assim a capacidade de tolerância e desenvolvimento da personalidade. Quando ocorre a falha no cumprimento deste papel, a figura materna toma uma posição destruidora da psique.
O Complexo Materno bem vivenciado e elaborado é nutridor e libertador.
Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
CRP: 06/143949
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Léxico dos Conceitos Junguianos a partir dos originais de Carl Gustav Jung. Organizado por Helmut Hark (2000)
Robert, Robin. Guia Prático de Psicologia Junguiana. Um Curso básico sobre os fundamentos básicos da Psicologia Profunda. Ed. Cultrix. 2021.