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Psicologia Analítica

Afrodite: o arquétipo do amor

Publicado por institutofreedom 9 de março de 2017
Imagem de Afrodite em uma concha

No presente artigo, quero compartilhar com os caros leitores e leitoras, algumas considerações sobre Afrodite e sua relação com o contexto da Anima na psique masculina.

Conforme os estudos realizados por Manfred Luker (2003), no universo da Mitologia, Afrodite é a deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade, sendo considerada a mais bela e a mais irresistível de todas as deusas gregas. No campo religioso, com o crescimento do cristianismo, Afrodite foi personificada pela imagem da Virgem Maria, passando a figura da “mãe” a ter uma conotação destituída de carne e osso e de sexualidade.

A história de Afrodite

De acordo com a Teogonia de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma surgida ergueu-se Afrodite. Ela seria uma divindade obviamente importada do Oriente, uma forma grega da deusa semítica da fecundidade e das águas fertilizantes, Astarté.

O amante divino Adônis, de Afrodite, nos leva igualmente à Ásia, uma vez que Adônis é mera transposição do babilônico Tammuz, o favorito de Ishtar-Astarté, de que os Gregos modelaram sua Afrodite.

Algumas obras, tais como a Ilíada, Afrodite seria filha de Zeus e Dione e levaria o título de Dionéia.

Na psicologia Arquetípica, Afrodite, é considerada o símbolo da Grande Mãe.


A deusa nos dias de hoje 

A deusa Afrodite nos revela, em suas características, a mulher que escolhe com quem se relacionar, da mulher que conhece e aceita o seu desejo, sua sexualidade e que não se deixa dominar. Ou seja, ela é a mulher que aceita seu corpo como ele é, e se sente confortável com ele. Por este motivo, trata-se, então, de um arquétipo difícil em uma sociedade patriarcal

Nos dias atuais esse aspecto de Afrodite está desvirtuado. Isso porque as mulheres se encontram alienadas em relação a seu corpo. A mídia profana a beleza da mulher, impondo um ideal de beleza inacessível, onde as curvas tipicamente femininas são substituídas por corpos esqueléticos, mutilados por silicone e cirurgias plásticas.

O Arquétipo da deusa Afrodite nos remete a personificação do amor, da beleza, da atração erótica, da sensualidade, da sexualidade e da vida nova. É a “química” entre os amantes, o desejo irresistível e inexplicável.

Manifestação do arquétipo

Conforme os estudos de  Jung, Anima é o Arquétipo que constitui o lado feminino da psique masculina.  A primeira projeção da Anima sempre é feita na mãe. Com o passar do tempo o indivíduo começa a projetar a Anima nas mulheres que lhe provocam sentimentos que podem ser positivos ou negativos. 

A paixão nos move, nos transforma e nos impulsiona a buscar sempre algo a mais. A integração da Sombra com Anima/Animus representa o relacionamento que se torna muito significativo em nossa vida que filtramos uma grande parte de percepção da nossa realidade, seja interna ou externa, por meio da experiência. 

De acordo com o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) a relação com a anima é outro teste de coragem, uma prova de fogo para as forças espirituais e morais do homem. Segundo o próprio Jung Se o confronto com a sombra é a obra do aprendiz, o confronto com a anima é a obra prima. 

A deusa e os relacionamentos 

Afrodite é símbolo da intensidade dos relacionamentos, mas não necessariamente da permanência. É o Arquétipo da intimidade física não apenas no sentido sexual, representando uma necessidade psicológica e espiritual.

Arquétipo, portanto, da paixão por alguém ou algo, gerando um processo criativo na psique, do qual pode emergir algo novo. Amor desligado da beleza do corpo, mas da beleza da alma, levando a criação do legado que cada indivíduo irá deixar no mundo.

Imagem que representa a Afrodite

Os amantes de Afrodite

Afrodite teve diversos amantes, tanto deuses como Ares, Dioniso e Hermes, quanto mortais como Anquises. No entanto, foi casada apenas uma vez, com o deus Hefesto, o qual ela traia com Ares, o deus da guerra.

A deusa também foi de importância crucial para a lenda de Eros e Psique. E o estopim para o desencadeamento da guerra de Tróia.

Foi descrita, em relatos posteriores, como amante de Adônis e também como sua mãe adotiva. Enéias, Hermafrodito e Priapo também são seus filhos.

Sendo uma deusa tipicamente oriental, nunca se encaixou bem no mito grego: parecia uma estranha no ninho!

Por essa razão é tida como deusa alquímica, diferentemente das outras deusas que podem divididas em dois grupos: as virgens (Artemis, Atena e Héstia) e as vulneráveis (Hera, Deméter e Perséfone). Afrodite, então, é ao mesmo tempo vulnerável (devido ao fato de ter tido relacionamentos) e virgem (pois nunca se deixou ludibriar, nem dominar por ninguém, prezando sua autonomia), e também não é nenhuma delas.

Texto escrito por: Evandro Tropeia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  1. G. Jung. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Ed. Vozes. Pág 38
  2. Manfred Luker . Dicionário de Simbologia. Ed. Martins Fontes. São Paulo. 2003

 

 

 

 

 

 

 

Afrodite: o arquétipo do amor was last modified: dezembro 2nd, 2023 by institutofreedom
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2 comentários

Arquétipo Afrodite: Despertando o Poder da Deusa (20 imagens para te inspirar) - Portal Entropia 17 de setembro de 2023 at 02:07

[…] O arquétipo Afrodite é um dos mais poderosos e complexos do panteão mitológico. Ela personifica o amor em todas as suas formas, desde o amor romântico até o amor próprio e a compaixão pelos outros. Afrodite é a personificação da sensualidade e da beleza, mas seu poder vai além da aparência física. Ela representa a capacidade de amar e ser amada, de conectar-se com os outros em um nível mais profundo e de expressar nossa própria sexualidade de forma saudável. […]

Resposta
Rosangela Elizeti Gonçalves 22 de março de 2025 at 15:27

Quando conhecemos os mitos, conseguimos entender está profunda força que move o coletivo, é encantador ver e sentir o poder que eles têm e ao mesmo tempo, mesmo sabendo da sua identificação, não foi vivido por nós e gera uma atmosfera misteriosa entre a magia que nos comanda e a subjetividade que nos conduz.

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