Sabemos que a Arteterapia é então uma das mais importantes ferramentas do processo psicoterapêutico que estimula a expressão do paciente e também o desenvolvimento de sua criatividade.
A prática da Arteterapia favorece o ser humano de maneira considerável. Este processo como ferramenta de psicoterapia pode auxiliar o paciente na liberação de emoções, na elaboração de conflitos internos e na descoberta de imagens perturbadoras que se encontram no inconsciente.
A partir dessa idéia inicial de ferramenta terapêutica, quero propor aqui a noção de que a Arteterapia auxilia o paciente na expressão de sua linguagem.
A linguagem consiste num instrumento que nos permite pensar e comunicar o pensamento, ela estabelece diálogos com o nosso semelhante, no caso, com a figura do terapeuta. A linguagem em si nos permite dar sentido a toda realidade que nos cerca.
Segundo Aranha e Martins (2009), o desenho é uma das mais importantes linguagens da arte, afinal, todos nós já fizemos um desenho na vida. Precisamos, na realidade, de muito pouco para desenhar. Por exemplo: desenhamos na areia, num vidro de carro empoeirado, no vapor condensado no espelho de um banheiro e num simples pedaço de papel.
Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), o inconsciente se manifesta através de desenhos, pinturas, músicas e arte em geral.
Nise da Silveira, analista Junguiana brasileira criou o museu do inconsciente, que contém quadros de pacientes psiquiátricos. Este belíssimo trabalho proporcionou o surgimento de artistas que logo foram reconhecidos no mundo das artes. Através dessa maravilhosa iniciativa, o seu acervo não para de crescer e se aperfeiçoar.
A manifestação da linguagem artística na forma de linguagem nos aponta vantagens, uma delas consiste na expressão da comunicação das emoções, pois tal prática não segue pelo caminho da razão e nem acompanha o discurso verbal.
Através desse processo os conteúdos presentes no inconsciente são emergidos para o campo da consciência. Além disso, a manifestação artística facilita o contato do ser humano com seus conflitos através da criatividade. A maneira como esse processo ocorre encontra as mais variadas explicações. A atividade criadora se torna um instrumento psicoterapêutico e a manifestação da psique através das artes se configura como um caminho de transformação individual.
Por esta razão, podemos concluir que a Arteterapia também é uma ferramenta fundamental que auxilia o indivíduo no processo de individuação.
Carl Gustav Jung nos deixou um importante apontamento contribuindo para a união da psicologia com a arte:
“Apesar de sua incomensurabilidade existe uma estreita conexão entre esses dois campos que pede uma análise direta. Essa relação baseia-se no fato de a arte, em sua manifestação, ser uma atividade psicológica e, como tal, pode e deve ser submetida a considerações de cunho psicológico; pois, sob este aspecto, ela, como toda atividade humana oriunda de causas psicológicas, é objeto da psicologia” (Jung, 1971, p.54).
A arteterapia é um importante instrumento que nos auxilia de forma considerável na busca pelo conhecimento de si mesmo. Não é necessário ser artista nato, famoso ou conhecer as mais variadas técnicas das artes para fazer arteterapia, basta ter motivação para o autoconhecimento.
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REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009
Jung, C. G. (1971). O espírito na arte e na ciência. (3ª ed.) Petrópolis: Vozes.