Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
(COLASANTI)
Tecer, no contexto arteterapêutico, possibilita ao cliente a oportunidade de ressignificar experiências, pois o convida a produzir novas tessituras ao dominar o fio, ao desembaraçar linhas, ao desfazer nós, ao integrar laçadas, ao tramar desenhos e cores.
Além disso, essa ferramenta é acessível a diferentes públicos ( crianças, jovens e idosos) com diferentes demandas ( pessoas acamadas, doentes graves, pacientes com pouca concentração entre outros).
A tecelagem em Arteterapia oferece ampla e produtiva possibilidade de aplicação, mesmo para clientes com processos clínicos graves, que necessitem ficar acamados, ou que são mais idosos, mas igualmente poderá ser usada por crianças, mesmo as menores, com interessantes resultados para concentração para concentração, a organização e o desenvolvimento psicomotor, desde que os teares e as técnicas sejam simples. (PHILIPPINI. 2009. p. 61).
O fio, com sua flexibilidade e estrutura, permite ao tecelão tramar sua história, conscientizando-o de sua jornada rumo à individuação.
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava. (COLASANTI. 2006.p.10)
Maria da Graça Alves Cardoso
Registro na AATESP: 731/012
Bibliografia
COLASANTI, Marina. Doze reis e a moça no labirinto do vento. São Paulo: Global, 2006.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e Materiais em Arteterapia: Uso, Indicações, Propriedades. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.