A tipologia, conforme os estudos de Carl Gustav Jung (1875-1961), é composta por duas atitudes, que denominamos Introversão e Extroversão, e de quatro funções, que são: sentimento, pensamento, intuição e sensação. Esta composição forma ao todo oito tipos de caráter, que Jung denomina Tipos Psicológicos.
Neste artigo, pretendo abordar de forma bem didática o conceito das atitudes: introversão e extroversão.
Segundo Hall e Norbdy (2014) para que possamos entender melhor este conceito é preciso termos a compreensão da diferença entre dois termos muito importantes, objetivo e subjetivo. O termo objetivo nos remete ao mundo externo, ou seja, aquilo que está fora, enquanto que o termo subjetivo consiste no mundo interior e privado da psique.
A partir da compreensão destes termos podemos afirmar que na extroversão, a energia psíquica é direcionada para o mundo externo e objetivo. Na introversão, a energia psíquica é canalizada para o mundo interno e subjetivo. Portanto, a extroversão é uma atitude objetiva; a introversão é subjetiva.
De acordo com Carl Gustav Jung (1) a extroversão é um voltar-se para fora da libido. O extrovertido pensa, sente e age com base no objeto de maneira clara e muito fácil de ser percebida.
Jung (1) nos aponta que o perigo para a pessoa extrovertida é ser atraída para dentro do objeto e se perder completamente por lá.
Helmut Hark (2000) nos diz que a extroversão é um tipo de atitude que se concentra nas realidades exteriores. Geralmente, os extrovertidos são espontâneos e gostam de estar em ambientes com pessoas animadas. Na maioria das vezes são alegres e apreciam ter muitas amizades. As pessoas que são extrovertidas gostam muito de falar, porém carregam em si um grau de dificuldade para ouvir.
Conforme os estudos propostos por Carl Gustav Jung (1) a introversão consiste num movimento de introjeção da libido. Neste caso, o interesse do sujeito não se volta para o objeto, mas se direciona para o próprio eu. Geralmente, quando está em meio a uma multidão, se sente só e perdido. Quanto mais invadido ele se sente, maior será a sua resistência.
Helmut Hark (2000) nos diz que, na maioria das vezes, o introvertido gosta mais de ouvir do que de falar. São pessoas mais contidas, possuem um pensamento sério e gostam de estar com pessoas mais pensativas.
Apesar da diferença existente no contexto das duas atitudes, todos nós carregamos as duas.
Hall e Norbdy (2014) nos orientam que uma pessoa pode ser extrovertida em determinadas situações e introvertida em outras. No entanto, ao longo da vida e do desenvolvimento da personalidade, uma dessas atitudes se torna predominante.
O fato de uma pessoa ser introvertida ou extrovertida não significa que ela seja melhor ou pior, boa ou má. Neste conceito, nossa personalidade, qualidade ou caráter não se medem pelas atitudes.
Ser introvertido ou extrovertido significa ser apenas o que se é. E isso é sensacional!
Lembrando sempre que a psicologia analítica proposta por Jung é a psicologia dos opostos. Isso é fascinante e muito construtivo, pois tudo nos remete a totalidade do ser humano.
Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
CRP: 06/143949
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Jung C.G. Vol. 6. Tipos Psicológicos.
Hall e Norbdy. Introdução à Psicologia Junguiana. 2014
Helmut Hark. Léxico dos Conceitos Junguianos Fundamentais. A partir dos originais de Carl Gustav Jung. 2000.