A partir do pensamento psicanalítico proposto por Sigmund Freud (1856-1939), houve considerável mudança de vértice na psicologia, sociologia e antropologia. Esta mudança ocorreu através da construção de um modelo de aparelho psíquico que consiste numa espécie de mapa mental.
Este mapeamento da psique segundo a psicologia analítica Junguiana é formado por três importantes elementos:
- Ego;
- Inconsciente pessoal;
- Inconsciente coletivo.
A definição do inconsciente pessoal, segundo Carl Gustav Jung (2011), se assemelha à ideia proposta por Freud. O Inconsciente é a parte mais profunda da mente, trata-se do lugar do eu onde se sente mas não se sabe. A partir dos estudos de Sigmund Freud, entendemos que não temos controle desta área do psiquismo a não ser por repressão. Tudo aquilo que o ego (eu) não suporta migra para o inconsciente se tornando um conteúdo reprimido.
O Inconsciente é atemporal e não trabalha com a ideia de espaço. O inconsciente tem como objetivo principal a tarefa de equilibrar a psique. Este trabalho do inconsciente consiste na auto-regulação psíquica, que se refere a tendência do inconsciente em manifestar conteúdos não vivenciados na consciência, de forma que o sujeito viva inconscientemente o que está reprimido, equilibrando e regulando a psique.
Existem diversas maneiras que o inconsciente encontra para a sua manifestação. Neste artigo, quero compartilhar com o leitor, uma das formas de manifestação do inconsciente mais apaixonante, segundo Carl Gustav Jung (2011), que são as Mandalas.
Através de seus minuciosos estudos, Jung analisou que as mandalas consistiam nas mais variadas formas de elaboração dos conteúdos interiores do ser humano, e no seu estudo das manifestações do inconsciente, seus analisados produziam de forma espontânea desenhos de mandalas, sem saber o que ela é ou o que estavam fazendo, e ele dizia, que isso tende a acontecer com pessoas que possuem um progresso muito grande na sua individuação.
“O Self é com freqüência figurado em sonhos ou imagens de forma impessoal – como um círculo, mandala, cristal ou pedra – ou pessoal como um casal real, uma criança divina, ou na forma de outro símbolo de Divindade.” (Fadiman e Frager, 2002, p. 56 na ed. Harbra)
O termo Mandala nos remete a uma palavra Sânscrita para círculo de cura ou mundo inteiro. É uma representação do universo e de tudo o que nele contém. Os círculos sugerem totalidade, unidade do ser com o universo, o útero materno, completude e eternidade.
A Psicologia analítica de Carl Gustav Jung (2011) nos ensina que a mandala pode ser um instrumento terapêutico utilizado de diversas maneiras:
- Desenvolvimento pessoal;
- Desenvolvimento espiritual;
- Promover cura;
- Harmonização de pessoas e ambientes;
- Dança;
- Arte;
- Arquitetura.
De acordo com o pensamento elaborado por Carl Gustav Jung (2011) , podemos afirmar que a mandala serve para ativar, energizar, irradiar, concentrar, absorver, transformar, transmutar, curar e espiritualizar as pessoas que trabalham com elas, um ambiente que se quer fazer especial ou até mesmo para algo que se quer alcançar.
Evandro Rodrigo Tropéia/Instituto Freedom
CRP: 06/143943
Referências Bibliográficas:
HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.
JUNG, C.G. Psicologia do inconsciente. In: Obras Completas de C. G. Jung, vol. VII/1. Petrópolis: Vozes, 2011
Os arquétipos e o inconsciente coletivo. In: Obras Completas de C. G. Jung, vol. IX/1. Petrópolis: Vozes, 2011
Fadiman e Frager, 2002, p. 56 na ed. Harbra