Os arquétipos são imagens que ficam em nosso inconsciente coletivo, ou seja, fazem parte de um grupo de imagens e idéias comuns a maioria das pessoas. E quando acionamos essas imagens, elas aparecem ligadas a significados relativos a nós e ao coletivo.
Nas sociedades indígenas existem quatro arquétipos importantes, são eles: o do guerreiro, do curador, do visionário e do mestre.
Vamos falar do arquétipo do guerreiro e como integrá-lo à arteterapia. O guerreiro está ligado à liderança e ao fortalecimento.
Ele estimula a vontade e a determinação para a luta. Fazendo com que as pessoas se tornem corajosas e empoderadas.
Ele está sempre presente e comprometido com uma causa, e antes mesmo de se comprometer com algo, ele verifica se pode evoluir com aquilo, ou seja, nada é em vão.
Suas virtudes são várias; honra e respeito são algumas delas, e fazem com que nós vejamos nossas capacidades e valorizemos nossas diferenças; responsabilidade e disciplina (seguem a essência do bambu, pois podemos envergar, sofrer, mas jamais quebrar, falir). O guerreiro também conhece seus limites e os respeita. Além de ter uma comunicação criteriosa, pois ele não fala por falar, somente coisas que tragam crescimento, ações consistentes.
Seus poderes são a presença – é notado tanto mentalmente, emocionalmente como em espírito e físico. Possuem determinação – não recuam. E têm coragem
– eles se entregam com confiança.
Esse arquétipo se fortalece através da dança, dos sons do chocalho e da meditação em pé.
Possuem animais protetores e aliados, os protetores estão muito presentes desde sua infância e trazem características fortes neles, já os aliados estão sempre os auxiliando. E o guerreiro precisa honrar os ensinamentos desses animais.
Possuem uma necessidade extrema de estar em contato com a natureza. E para eles a rebeldia é sua sombra, precisam ter coragem para sair da sombra.
Quando citamos o arquétipo do guerreiro na arteterapia, queremos trazer essas características para o atendido, deixando ele conhecer esse arquétipo, e muitas vezes manifestar sua semelhança interior.
Trabalhamos com a meditação em pé, os sons dos chocalhos e até a produção deles. E ainda podemos trabalhar com os animais protetores e aliados que dizem muito sobre nós.
O arteterapeuta precisa sentir a linha tênue que liga esse arquétipo ao atendido, e assim utilizar uma expressão artística que possa acessar esse conteúdo no indivíduo.
Uma vez reconhecido o arquétipo do guerreiro no atendido, podemos trabalhar com o que realmente chama a atenção no processo de individuação do atendido.
O arquétipo do guerreiro indígena, assim como nos contos, na fantasia e na magia que estão guardadas dentro de nós (inconsciente coletivo), precisam ser explorados, pois só ajudam no processo de descoberta do ser humano e suas nuances trazendo o bem-estar e a melhor qualidade de vida.
Bibliografia:
ARRIEN, A. São Paulo: Ágora, 1997.
Texto escrito por Samantha Briant, para o Instituto Freedom.
1 comentário
Ótimo texto, sonhei uma vez com uma índia que me entregava um colar e me disse: Um espírito guerreiro reconhece outra espírito guerreiro, até hj me pergunto o que significa!