De acordo com os estudos de Ricardo Dahlke (1992), quando existe algo que não queremos lidar, e este algo se aproxima de nós, economizamos nossa carga energética e isto precisa ser canalizado, é neste tempo que se origina o sintoma, isto é, a doença. A partir da proposta que nos foi apresentada, podemos concluir que toda e qualquer doença é uma manifestação do inconsciente. Algo que nossa própria alma deseja comunicar.
Psicossomática é uma palavra que vem do grego (psykhê + soma) relação alma e corpo como uma unidade. Estabelecer relacionamentos entre o psíquico e o somático significa admitir a relação causal entre situações vivenciais e alterações biológicas.
Tudo aquilo que não queremos ter em nossa consciência e acreditamos que foi deixado de lado é transferido para a Sombra. A Sombra consiste em tudo o que não aceitamos em nós mesmos e reprimimos. Porém é necessário admitir que todos nós temos o nosso lado obscuro, inaceitável e condenável pela sociedade em que vivemos. Devido a isso, nos escondemos atrás de nossas Personas, que são as máscaras que usamos para sermos respeitados perante a sociedade extremamente julgadora.
Conforme os estudos propostos por Ricardo Dahlke (1992), evitar um conflito psíquico faz com que este conflito se manifeste no campo físico em forma de doença. Temos que admitir que não somos perfeitos, mas somos totais. Uma pessoa inteira consiste em Ego e Sombra. O Ego e a Sombra caminhando juntos resultam no Self, o Arquétipo dos Arquétipos. Quando aceitamos e elaboramos os temas sombrios de nossa personalidade, consequentemente encontramos o caminho da cura e a busca de si mesmo se concretiza.
De acordo com Dahlke (1992), a chave para a compreensão das doenças está no fato de que cada paciente é único, um universo à parte, que complementa o todo e, por isso, deve ser respeitado em sua individualidade. A individualidade cria nuances de identidade típicas do adoecer de cada um. Expressamos todas as nossas emoções através de processos fisiológicos.
Carl Gustav Jung (1946) afirma que quanto à doença orgânica pode-se dizer com toda certeza que estas coisas têm ao menos síndromes psicológicas, isto é, há um processo psíquico concomitante que às vezes pode ter também significado etiológico de modo a parecer que a doença seja um arranjo psíquico.
A doença sempre reduz o indivíduo à sua própria realidade, chamando-o para si mesmo.
JUNG, C.G(1989), afirma que:
“Não se adoece unicamente em função da existência de elementos nocivos no ambiente, mas pelo fato de ser ou tornar-se sensível à ação desses agentes. (…) um funcionamento inadequado da psykê, pode causar tremendos prejuízos ao corpo (…), pois a psykê e o corpo não estão separados, mas são animados por uma mesma vida. Recentemente uma evidência cada vez maior vem demonstrando que a maioria das funções das glândulas endócrinas está provavelmente sujeita, em última análise, à função dos centros mais nobres do cérebro, isto é, à vida psíquica” (p.33).
Na concepção da Psicologia Analítica Junguiana, a dor física serve como um alarme. Sentir a dor nos faz buscar a prevenção e até mesmo a cura. Podemos dizer também que a dor é uma expressão simbólica do inconsciente.
Segundo Jung (1946), a dor é a expressão simbólica da alma, um grito do inconsciente.
Temos que estar atentos às aspirações e manifestações do nosso “eu” desconhecido, pois o corpo e a alma não são separados no contexto da nossa existência.
“Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuízos ao corpo, da mesma forma que, inversamente, um sofrimento corporal afeta a alma, pois a alma e o corpo não são separados, mas animados pela mesma vida.”
(Carl Gustav Jung, Psicologia do Inconsciente, p. 105)
Quando compreendemos a dor física e sua expressão emocional como um símbolo, estamos prontos para o início da busca pelo processo de auto-regulação de nossa totalidade.
Conforme proposto por Jung (1946), a dor representa um pedido de ajuda do inconsciente. A dor física é um grito de alerta, a expressão de um sofrimento psíquico.
É preciso compreender a dor como um forte e eficaz elemento de transformação.
Através do Processo terapêutico é possível chegar a essa tão importante compreensão.
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia Junguiana!
Evandro Rodrigo Tropéia/ Instituto Freedom
Psicoterapeuta. CRP: 06/143949
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
JUNG, C.G. Cartas. Volume 2. Página 36. Ano 7946.
DAHLKE, Ricardo. A Doença como Caminho, Editora Cultrix, São Paulo, 1992
UNG, C.G. — Obras Completas – Símbolos da Transformação. Vol. 5. Petrópolis, Vozes, 1989.