A mulher moderna vive em um mundo agitado por muitos afazeres domésticos e profissionais e, na sua maioria, não consegue um tempo para cuidar-se, para entrar em contato consigo mesma. A Arteterapia proporciona momentos de autocuidado e autorreflexão, tanto em sessões individuais como em grupo. As sessões com grupos de mulheres proporcionam trocas muito ricas em que cada mulher se reconhece nas trocas de experiências, ao mesmo tempo que fortalece a sua individualidade.
Aos poucos, a timidez ao apresentar os trabalhos criados nas sessões arteterapêuticas, vai dando lugar a uma voz mais segura, sentindo-se integrada ao grupo. A mulher vai percebendo e levando em conta as suas sensações, intuições e ideias. Segundo Barcellos (2004, p. 152):
Reencontrar o próprio traço, escolher livremente cores e texturas, são passos dados por essa mulher no encontro conciliatório consigo mesma. A individuação do “eu” vai pintando suas cores, preenchendo espaços.
A mulher vem lutando para conquistar o seu espaço na sociedade e no seu mundo interno, o que a faz sentir-se só em muitas ocasiões. No entanto, a solidão pode ser incentivadora, se orientada para a autoanálise das próprias realizações e barreiras vencidas (BARCELLOS, 2004).
A Arteterapia com as inúmeras possibilidades de expressão artística vai proporcionando o encontro consigo mesma: pintando a sua alma, preenchendo os espaços, modelando uma nova mulher que vai vislumbrando novos horizontes e dando novo significado à vida.
Sessões de arteterapia com mulheres na terceira idade também são muito enriquecedoras. A vida se processa de forma cíclica, há altos e baixos, términos e recomeços. A velhice, geralmente, não é vista como um período de alegria, renovações, mas sim, como uma fase de vazio, tristeza e decadência. No entanto, a Arteterapia impulsiona a criatividade que, por sua vez, cria movimentações internas, despertando o indivíduo para o autoconhecimento e para uma vida mais participativa. Os “belos velhos” estão criando novas possibilidades e significados para o envelhecimento (GOLDENBERG, 2017). O tempo na idade madura é muito precioso e ocupar-se em sessões arteterapêuticas, ainda mais em grupo, ameniza a solidão, fortalece os laços, cria novas amizades e, o que é mais importante, incentiva alternativas para um envelhecimento feliz, focando nos aspectos positivos dessa fase, como por exemplo, a liberdade de ser quem é.
Fatima Mattiolo
Registro na AATESP: 513/ 0719
Referências Bibliográficas
BARCELLOS, M. O Renascer. In: CIORNAI, Selma (org.). Percursos em Arteterapia. São Paulo: Summus, 2004.
GOLDENBERG, M. A Bela Velhice. Rio de Janeiro: Record, 2017.