Podemos também pensar sobre qual a importância da consciência quando trabalhamos com pacientes na clínica.
Interessante que dentro dessa perspectiva, a questão da consciência, ou a questão de trabalhar a consciência é algo de fundamental para o paciente.
Em geral, as pessoas quando chegam ao consultório, estão com algum tipo de sofrimento, conflito, angústia. Esse sofrimento pode ser algum tipo de dinâmica recorrente, uma forma de padrão que se repete, de maneira inconsciente. O que se percebe com freqüência, quando falamos de sofrimento psíquico, é a dinâmica da psique presa, fixada em questões, onde o indivíduo é “capturado” por complexos, em sua maior parte inconscientes. Essas fixações costumam arrastar o indivíduo à sofrimentos que se repetem em sua vida, nas mais diversas áreas e relações. Padrões fixados que costumam se repetir e se repetir.
O autor Roberto R. Fernandes (2017, p.54) comenta sobre a importância de se trabalhar o paciente para capacitá-lo, no sentido de poder se diferenciar e não permanecer tanto à mercê desse tipo de funcionamento. “Na psicoterapia […] Trabalhamos no sentido de capacitar a consciência do analisando, equipando-a para a arte de se diferenciar das fixações que o deixam ainda mais vulnerável […].”
Ou seja, as fixações psíquicas deixam o indivíduo submetido inconscientemente à funcionamentos que podem ser extremamente destrutivos, à ele mesmo e ao seu redor.
Sendo assim, o consciente deve ter essa capacidade mais fortalecida para identificar as dinâmicas que aparecem, oriundas do inconsciente.
“[…] o consciente deve ter, como propôs Jung, uma nova atitude em relação ao inconsciente. O convite é ao diálogo consciente-inconsciente […]” (FERNANDES, 2017, p.55.).
Referências Bibliográficas
FERNANDES, Roberto R. Abismos Narcísicos: A psicodinâmica do amadurecimento e da individuação. 1 ed. – Curitiba: Appris, 2017.
Texto:
Alessandra M. Esquillaro – CRP 06/97347