Para C. G. Jung, o processo de individuação começa com um choque de realidade para o Ego, o qual começa a perceber que não é o “dono de sua própria casa”: existem outras forças que, até então, permaneciam ocultas no inconsciente e que são mais fortes do que ele, os chamados complexos.
É nesse momento, no confronto com essas forças, que a máscara da ilusão cai.
O Ego precisa aceitar sua parte sombria e o fato de que não é o centro da psique. O objetivo de tudo isso é fazer com que o indivíduo se torne a pessoa que realmente é.
Tornar-se si mesmo não significa tornar-se perfeito, mas pleno, completo, com as dores e delícias de ser quem se é, aceitando-se e se corrigindo.
A humildade é primordial nesse processo, porque ela nos faz lembrar que o importante não é não errar, mas procurar não cometer o mesmo erro.
É sempre buscar erros novos, para uma ampliação de consciência, não se esquecendo de que a mudança é sempre provisória.
Não é uma busca de perfeição; quem deseja individuar-se não tem essa pretensão, mas visa a completar-se.
Para isso, deverá aprender a conviver e aceitar conscientemente suas tendências opostas, irreconciliáveis, inerentes a sua natureza, as quais podem ou não trazer conotações do bem ou do mal, luminosas ou sombrias, o que o levará a ser o indivíduo que é, de fato.
A individuação é uma tendência instintiva a realizar plenamente potencialidades inatas. Contudo, a nossa psique é bastante complexa.
São intricados de tal modo os componentes em jogo, tão variáveis as intervenções do Ego consciente, tantas as vicissitudes que podem ocorrer, que o processo de totalização da personalidade não poderia jamais ser um caminho reto e curto; ao contrário, é um processo longo e difícil.
Jung pensava que os fatores externos tinham um importante papel no crescimento e expansão da personalidade, que ocorreria através da percepção e aprendizado daquilo que se é, intrinsecamente.
De acordo com ele, a libido seria qualquer manifestação possível da energia psíquica, não se limitando à sexualidade ou agressão, todavia, incluindo os anseios religiosos ou espirituais e o impulso para buscar um entendimento profundo do significado da vida.
É importante, para a meta da individuação, isto é, para a realização do si-mesmo, que o indivíduo aprenda a distinguir entre o que parece ser para si mesmo e o que é para os outros.
Afirma Jung: “A libertação deste estado só sobreviverá quando se pode existir e agir de conformidade com aquilo que é sentido como sendo a própria verdadeira natureza”.
Assim, no seu livro Memórias Sonhos e Reflexões (2006), ele enfatiza que foram as suas próprias experiências internas que o levaram à descoberta do processo de individuação: Jung viveu de forma bastante intensa as suas fases, ao mesmo tempo em que observava o desenvolvimento da sua personalidade.
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