Essa hipótese com relação a existência do inconsciente apresenta um grande dilema frente à percepção da psique. Importante notar que Jung se refere em alguns momentos à psique como alma. Ele comenta sobre como os filósofos exploravam esse assunto relacionado à existência de partes desconhecidas e inesperadas, através do intelecto, das discussões.
Este conceito de inconsciente alterou o desenvolvimento da Psicologia com força e intensidade. Aqui ainda não faremos uma distinção de inconsciente pessoal e coletivo, dados pelo mestre.
Ao nos adentrarmos na leitura analítica, fica claro como Jung (2013, p.113) tem o hábito admirável de sempre comentar suas referências, dar o crédito aos autores que o influenciaram e o inspiraram. Ele comenta sobre o que William James (1919) afirmou a respeito da importância da descoberta de uma psique inconsciente.
“Não posso deixar de pensar que o passo mais importante neste sentido, verificado na Psicologia desde a época em que fui estudante nesta ciência, é a descoberta, ocorrida pela primeira vez em 1886, de que…há não somente a consciência do campo ordinário com seu centro e sua margem habituais, mas também sob a forma de recordações, pensamentos e sentimentos, situados à margem e fora dos limites da consciência em geral, mas que devem ser classificados ainda como fatos conscientes de certa espécie, capazes de revelar sua presença por sinais inequívocos. Considero este passo à frente como o mais importante, porque, ao contrário dos outros progressos da Psicologia, esta descoberta nos revelou uma peculiaridade inteiramente insuspeitada da constituição da natureza humana. Nenhum avanço da Psicologia pode apresentar um título tão importante como este”.
Referência Bibliográfica:
JUNG, Carl G. A Natureza da Psique. Coleção Obra Completa de C. G. Jung. Vol. 8/2. Trad. Mateus Ramalho Rocha. 10 ed. – Petrópolis: Vozes, 2013.
Texto: Alessandra M. Esquillaro – CRP 06/97347