Uma linha interessante para pensar a relação entre a História da Arte e a Arteterapia é o surrealismo, movimento artístico e filosófico que propunha uma arte fora do controle da razão, buscando o impulso criador nas forças do inconsciente. (COSTA, 2004)
O surrealismo nasceu em Paris em 1924, inaugurado por André Breton, que publicou o primeiro manifesto surrealista. Influenciado pela psicanálise freudiana e os estudos desenvolvidos sobre os sonhos e os mitos, o movimento enfatizou a importância do papel do inconsciente na atividade criativa e a valorização das artes produzidas por sujeitos com sofrimento mental. O surrealismo foi uns dos primeiros que se interessou nas criações artísticas de internos de hospitais psiquiátricos. (COSTA, 2018)
Vários aspectos do movimento surrealista, como o questionamento às definições de arte vigentes naquela época, a oportunidade de expressão dos sentimentos e conflitos internos mediante técnicas expressivas e o papel fundamental do inconsciente na criação, contribuíram e ainda contribuem com a reflexão sobre a Arteterapia e os diálogos com a História da Arte, com as buscas e sentidos, origens e história desse nosso campo de atuação tão diverso, complexo e transdisciplinar que ainda está sendo revelado.
COSTA, C. Questões de arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. São Paulo: Moderna, 2004.
COSTA, T. Os ideais de Jean Dubuffet para a concepção da arte bruta. Dissertação de Mestrado em Artes. Universidade Federal do Espírito Santo: Espírito Santo, 2018.