As cores fazem parte do nosso dia a dia, a começar pela natureza que nos oferece uma gama enorme de tons variados nos desfiles das flores, árvores, pedras e animais, sem falar no céu, na terra e no mar. E assim, as cores nos servem de inspiração para que possamos usá-las nas vestimentas, decorações, acessórios e tantos outros produtos que nós utilizamos.
Na Arteterapia, a cor é um elemento importante e está presente em quase todas as sessões arteterapêuticas, quando se utiliza por exemplo, o desenho, a pintura, o recorte e colagem, a gravura, a tecelagem, a modelagem, a escultura, entre outras modalidades expressivas. Segundo Valladares (2001, p.17), “verifica-se que a possibilidade do paciente expressar sua subjetividade e seus sentimentos é favorecida pelo trabalho com a cor”.
As cores podem ser classificadas como primárias, secundárias e terciárias. As primárias ou puras são o azul, amarelo e vermelho porque não são obtidas por meio de outras cores. As secundárias são obtidas ao misturar cores primárias. É o caso do verde que é obtido com a mescla do azul com o amarelo. Já as terciárias são cores alcançadas com a mistura de cores primárias e secundárias, como é o caso da cor turquesa.
É possível associar significados simbólicos às cores. Baseando-se nas cores primárias, pode-se relacionar o azul ao céu límpido, à água e ao ar. Sugere paz e calma. O amarelo está relacionado ao calor, à luz solar, é a cor do ouro e da riqueza de espírito. A cor vermelha gera energia e calor, simboliza a energia psíquica da vida e do amor. Cabe ressaltar que as cores quando bem trabalhadas promovem resultados benéficos, mas quando usadas em excesso ou de forma inadequada podem gerar emoções negativas, já que elas não são apenas percebidas pela visão, mas também pelos sentidos. O azul em exagero não é recomendável para quem está triste ou tem depressão. Ficar num ambiente com excesso de amarelo pode causar um estado de distanciamento emocional e mental. O vermelho, por exemplo, é a cor de maior impacto, pode provocar agressividade e raiva. Adicionado ao branco, transforma-se em cor de rosa, uma cor mais suave e delicada, associada ao amor incondicional.
As cores, portanto, são grandes aliadas no processo arteterapêutico, pois estão frequentemente presentes nas diversas modalidades artísticas, estimulando a criatividade e o autoconhecimento.
Fátima Mattiolo
Registro na AATESP: 513/ 0719
Referências Bibliográficas
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2019.
VALLADARES, Ana Cláudia Afonso. Arteterapia: cores da saúde. Anais da I Jornada Goiana de Arteterapia. Goiânia: UFG/ ABCA, p. 11-17, 2001.WILLS, Pauline. Manual de cura pela cor – um programa completo de cromoterapia. São Paulo: Pensamento, 2002.