Nem tudo está ao alcance da compreensão humana e é por isso que, com
frequência, utilizamos termos simbólicos como representação de conceitos que não
podem ser definidos ou compreendidos de forma integral (JUNG, 2008). O símbolo
media a relação entre consciência e inconsciente. Segundo Jung (2008, p.18):
O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma
imagem que nos pode ser familiar na vida cotidiana, embora possua
conotações especiais além do seu significado evidente e
convencional. Implica alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta
para nós.
Jung percebeu que as técnicas expressivas eram um meio de acesso ao
inconsciente e foi integrando a expressão artística à linguagem verbal. Uma palavra
ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado
manifesto e imediato (JUNG, 2008). De acordo com Diniz (2018, p.36):
arte:o homemhomem
A Arteterapia, por meio de expressões artísticas, facilita a expressão das
emoções, a visualização dos símbolos. Cada indivíduo, ao entrar em contato com
suas criações (produções simbólicas), vai fazendo associações, trazendo para o
consciente conteúdos do inconsciente.
Cada vez que um símbolo é produzido no processo arteterapêutico, seus
significados inconscientes demandam propostas de atividades criativas para desvelá-
los (PHILIPPINI, 2018). Portanto, para que o processo de amplificação simbólica seja
bem desenvolvido, deve integrar linguagens plásticas e materiais expressivos
diversos: desenhos, pinturas, colagens de papéis ou outros materiais, modelagem,
esculturas, expressões corporais, canto, psicodrama, mitos, contos de fada, lendas,
fábulas, manifestações folclóricas, tradições religiosas etc. Dessa forma, cada
modalidade expressiva, com sua característica própria, vai contribuir para que
conteúdos do inconsciente venham à tona, pois o símbolo nasce de cada pessoa e
surge do conflito psíquico. É o caminho do autoconhecimento, da individuação.
Referências Bibliográficas
DINIZ, Lígia. Arte: linguagem da alma. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2018.
JUNG, Carl Gustav. Chegando ao inconsciente. In: __ (org.). O homem e seus
símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e materiais expressivos em arteterapia: uso,
indicações e propriedades. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2018.