institutofreedom
  • Sobre o Blog
Seja bem-vindo(a) ao blog do Instituto Freedom
As Mulheres que Moldaram a Psicologia Analítica
O que é Arteterapia
O que é a UBAAT e sua relação...
Paradoxo da Eficiência: Psicologia Analítica nas empresas
Supervisão clínica na abordagem da Psicologia Analítica
O Potencial Transformador da Arteterapia: Um Caminho para...
A arteterapia de abordagem junguiana
Psicologia e Saúde Mental: A Jornada para o...
Quíron: o cuidador ferido

institutofreedom

Banner
  • Sobre o Blog
Psicologia Analítica

Luto e Melancolia

Publicado por institutofreedom 1 de agosto de 2016
Moça olhando para uma janela, representando luto e melancolia

Você sabe diferenciar os estados de luto e melancolia? Descubra neste texto a diferença entre eles e veja a importância de cada uma destas etapas no processo de elaboração simbólica de dores.

O Luto 

O Processo do Luto caracteriza-se no período posterior a perda de algo ou alguém de predominante importância, no qual o sujeito está intimamente e emocionalmente ligado.

Por isso, nesse período, ele se recolhe temporariamente em direção ao próprio eu (ego) no sentido de buscar a cicatrização da ferida que a presente dor lhe proporcionou. Ou seja, este processo deve ser conduzido com naturalidade, pois faz parte do curso vital.

O luto é um período de recolhimento, reflexão e principalmente acolhimento. Quando a perda que ocorreu no mundo externo foi acolhida pelo mundo interno, o sujeito inicia seu processo de expansão retornando ao mundo externo após esse período de recolhimento.

Admitir a perda daquilo que amava e ter consciência plena dessa perda leva a uma maturidade que faz com que ele se ele se volte  novamente para o mundo externo de maneira segura e saudável.

O Processo do Luto é um período gradativo, ou seja, deve ser trabalhado e refletido aos poucos, sem bruscas interrupções. Além disso, este período deve ser vivenciado de forma intensa e encarado com profundo respeito.

A Melancolia

No estado da Melancolia, o processo ocorre inicialmente de maneira semelhante ao luto, porém com diferenças cruciais e decisivas.

Assim como no luto, na melancolia, também ocorre a perda e o sujeito também se recolhe no mundo interno. No entanto, o ego se torna enfraquecido, ocasionando o sentimento de que lhe fora arrancado um pedaço considerável. Ou seja, o melancólico apresenta seu ego como algo completamente enfraquecido.

No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego. (FREUD, 1917)

Na melancolia, o sujeito se coloca em um estado semelhante à morte, juntamente com o objeto perdido.
Por exemplo, uma forma de falar sobre a melancolia é através da música “Pedaço de Mim” de Chico Buarque: 

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco.
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

(Chico Buarque, Pedaço de Mim)

A importância da elaboração

Quando o sujeito se depara com a perda, o ego carrega em si próprio o peso dessa falta, ele não consegue reconhecer a perda e diante dessa incapacidade, torna-se difícil a cicatrização da ferida e o sujeito se encontra submergido a uma prisão melancólica.

Um desanimo profundamente penoso, a cessação da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade e uma diminuição de sentimentos de auto estima, a ponto de encontrar expressão em auto envilecimento, culminando numa tentativa delirante de punição (FREUD, 1917)

Sigmund Freud (1920), o pai da Psicanálise, entende que o luto é uma constelação de reações psíquicas conscientes e inconscientes onde há uma perda da libido que anteriormente era investida no objeto amado, porém não existe a perturbação da autoestima. (FREUD, 1920. p, 250), enquanto que na melancolia não há necessariamente uma morte e sim uma perda inconsciente do objeto de amor, levando o ego a um estado deplorável de pobreza da libido.

Dessa maneira, no estado melancólico, a perda do objeto se transforma na perda total do ego. (FREUD 1920. p, 255).

Texto escrito por Evandro Rodrigo Tropéia

 

>>> Está gostando dos nossos conteúdos? Então visite o site do Instituto Freedom (www.institutofreedom.com.br) e conheça de perto nosso trabalho, e como ele pode impactar a sua vida.

Luto e Melancolia was last modified: junho 5th, 2023 by institutofreedom
carl gustav jungcarl jungegofreudpsicanalisepsicologiapsicologia analíticapsicologia junguianasigmund freud
0 comentários
2
Facebook Twitter Google + Pinterest
institutofreedom

Post Anterior
A Individuação e o Ego
Próximo Post
Beleza e Criatividade

Talvez você também goste

O EGO E SUA IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO NA PERSONALIDADE HUMANA

8 de novembro de 2021

O perigo do racionalismo unilateral

14 de agosto de 2020

A Donzela sem mãos

1 de setembro de 2016

Inconsciente x Consciente, Nise da Silveira e Carl Gustav Jung

15 de fevereiro de 2020

A Bruxa e a Sedução

3 de agosto de 2016

Jung e a Psicologia Analítica

15 de janeiro de 2020

A expressão arquetípica e o universo simbólico

17 de setembro de 2020
Arquétipos e psicologia analítica

O UNIVERSO DOS ARQUÉTIPOS NA CONCEPÇÃO DE JUNG – PARTE I

28 de maio de 2018

O INCONSCIENTE NA CONCEPÇÃO DE CARL GUSTAV JUNG

2 de julho de 2018

Movimento dentro da Análise, compreensões e perspectivas

25 de junho de 2020

Deixe um Comentário

PESQUISA O SEU TEMA DE INTERESSE:

LEIA POR TEMA

  • Arteterapia
  • Logoterapia e Análise Existencial
  • Psicologia Analítica
  • Psicossomática Junguiana

SAIBA MAIS

Instituto Freedom
Footer Logo

@2025 - Instituto Freedom. Todos os direitos reservados.