Por muito tempo arte e loucura foram campos distantes. Foi no século XIX quando atividades artísticas penetraram nos hospitais psiquiátricos e principalmente no século XX que as fronteiras desses campos se aproximaram com mais força. (THOMAZONI, FONSECA, 2011).
Inicialmente, foi a psiquiatria que buscou na arte e especialmente no desenho um recurso para auxiliar no diagnóstico dos sujeitos com sofrimento mental, “uma busca pela identificação das doenças mentais através do estudo dos vários estilos artísticos”. (THOMAZONI, FONSECA, 2011, p. 606). É importante mencionar o que Thomazoni e Fonseca expressam (2011, p.614):
“olhar a produção plástica somente como um sintoma de doença mental, acaba por restringi-la na busca por diagnósticos de doenças. Dessa forma, nomeá-la de arte psicótica, ou arte psicopatológica, é negar a essas produções o estatuto de arte e afirmar o sintoma de doença mental.”
Muitos foram os nomes que as produções artísticas dos internos dos hospitais psiquiátricos receberam. O artista plástico francês Dubuffet a chamou de arte bruta, arte libertária. Por sua vez, no Brasil foi chamada de arte incomum. Mário Pedrosa criou o termo arte virgem. Existe também quem preferiu chamar de arte do inconsciente, dentre outros. (COSTA, 2004)
É fundamental como arteterapeutas pensarmos na interface da arte e a loucura como porta para a reflexão e a construção de uma saúde mental menos estereotipada, excludente e assim mais livre.
COSTA, T. Os ideais de Jean Dubuffet para a concepção da arte bruta. Dissertação de Mestrado em Artes. Universidade Federal do Espírito Santo: Espírito Santo, 2018.
THOMAZONI, A; FONSECA, T. Encontros possíveis entre arte, loucura e criação. Mental, Barbacena , v. 9, n. 17, p. 605-620, dez. 2011.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272011000200007&lng=pt&nrm=iso . Acesso em 22 jan. 2023.